Nestes dias estou tão sem prumo,
Andando a esmo, literalmente
Diametralmente oposta ao rumo,
Antes agora, do que para sempre.

Dizer a verdade abala,
Indo ocultar, minto ou defendo?
Cada instante mais, ser a que fala,
A vibrar um ser que não entendo.
Despir-me dá leveza,
Em tempo de frescuras.
Ainda poetizo descalça.
Minha rima parece esquisita,
Imagem longe, pretendo o afeto.
Garanto a arte e a beleza,
Agora rindo, completamente perto.
Meu voo é breve,
Perdi as contas sentindo,
Nem sempre foi leve.
Juntei afetos partindo.
Sigo o risco do pulsar,
Minha mente, já não tem vida.
No corpo o instinto pode falar,
Deste espirito que habita.
Na natureza ter o refúgio,
No amor a compreensão,
A consciência, apenas um pulo,
Pra quem faz a lição.
Reconhecer nunca será tarde,
No tempo do absoluto.
Mas agora chegou a hora...Unidade!
Andei assim meio refugiada,
Destas armadilhas que a vida traça,
Perdi a fala, sem perder a linha.
Mas entendi o que extravasa.
Cada solidão viveu minh'alma,
Presente melhor em forma de música.
Curei ao som, que tudo acalma,
Cantei de amor minhas feridas.
E ainda te ouço...pássaro da manhã,
Que me enche de esperança,
Viria parar o tempo, sentir sua alegria.